terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Identidades e sabres

Os conhecimentos que os (as) alunos (as) da EJA trazem ao longo da vida, estão diretamente ligadas as suas práticas sociais, estas orientam não somente os saberes do dia a dia, mas também os saberes aprendidos na escola. Há duas espécies destes conhecimentos originados das experiências de vida dos (as) alunos (as) que são o saber sensível, que diz respeito ao saber do corpo, sustentado pelos cinco sentidos, um saber que todos possuímos, mas que pouco é valorizado na vida e pouco estimulado na sala de aula, sendo explorado somente nas aulas de artes. É somente através deste saber que o(a) aluno (a)abre-se a um conhecimento mais formal,reflexivo; jovens e adultos são plenos deste saber sensível pelas suas experiências e bagagens. As atividades que fazem com que desperte este saber são: escutar musica, dramatizar historias,jogos,entre outras;o saber cotidiano,se configura como um saber reflexivo,pois é um saber da vida vivida,saber amadurecido,fruto da experiência que vem de valores e princípios éticos e morais vividos fora da escola;é um saber elaborado,mas não sistematizado, uma espécie de saber das ruas; pouco valorizado no mundo letrado, normalmente pelo próprio aluno(a).
Estamos vivendo em um momento de incertezas e inseguranças que tornam nossas identidades culturais, sociais, religiosas, profissionais e sexuais, em contínuas transformações, ou seja, não temos mais uma identidade cultural fixa e assim também ocorre na EJA, onde cada um tem uma identidade que se modifica de acordo com o lugar, situação. È interessante pensarmos que estes são “obrigados” a mudar sua identidade quase que diariamente, pois um dia estão trabalhando, estudando e morando em um determinado lugar, então criam uma identidade de acordo com este “mundo” que estão vivendo, mas por vários motivos esta realidade pode ser modificada, então uma nova identidade será criada, ocorrerá uma transformação da identidade.
“É provável que fiquemos divididos entre o desejo de uma identidade de nosso gosto e a escolha e o temor de que, uma vez assumida essa identidade, possamos descobrir, como o fez Peer Gynt, que não existe uma “ponte, se você tiver de bater em retirada”.” (Bauman, 2005, p.105)

3 comentários:

  1. Olá...
    gostei muito deste texto, ainda mais por ter percebido que fizeram menção ao Bauman, que estudamos na disciplina de EDH.

    :-)

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  2. Oi meninas,
    A análise está interessante e bem articulada proponho que vocês possam aplicar os estudos de gênero desenvolvidos neste semestre qunado produzirem reflexões para o blog. Vamos exercitar as aprendizagens construídas nesta área das Ciências Sociais contemporâneas, pelo menos em nível de linguagem inclusiva e não-sexista.
    Um abraço,
    Professora Simone

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